sábado, 7 de janeiro de 2012

INVASORES





Ralo-me entre as fendas do desespero.
Sou o amálgama diuturno nas teias viscosas do esquecimento.
Sou, no teu cerne, palavra colágeno de dor.
Maldita prisão de minha cor em teu íntimo.
Teimo em castrar imersões em
lençóisoltos nas brisas ferozes deste lugar comum.
Não, não estou só!
Somos eu e minha solidão
Que minha sombra não é
Posto que tudo são apenas trevas.
Somos eu e meus lamentos,
Meus destilares ressecados.
Somos eu e minha indignação,
Meus próprios questionamentos.
Em mim, provocastes os mais irreversíveis erros,
Em mim delineaste a mais inaudita experiência,
Em mim cravastes todos os punhais
E me deixastes em vivas chagas,
Sem que sequer me desses tempo de lava-las em tua saliva
E enxuga-las com teus cabelos.
Desandares os teus,
Em todos os espaços
Só me causas desilusões.
M. 

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