GOTEJANTES
Vivo de amargos contínuos,
Consumindo meu tempo, meus ritmos íntimos.
Setas homicidas a me transtornarem
Seres nocivos a me rodearem
Em mil horas, angustio-me
Sem que me enxerguem como eu sou
Marginalizada pelos astutos cotidianos.
(...)
Vejo ninhos invisíveis,
Vazias células a me (de) formar.
Pontes vagas, vertigens,
Selos escuros e solenes
A me (in) formar.
Vejo o leite derramado,
Imprudentemente,
Das sagradas jarras de porcelana.
Derroto veias
Em um estrondo interno, irreversível.
Desfaço-me,
Implodida no caos do nada
Que me ceifa em cada lama de meu toar/tear
De essência desbotada.
Quisera que meu corpo ruísse,
Tal qual minha alma
Erondindo em cada angústia e lágrima,
Marrom...
(...)
Nada em nada cabe em túmulo.
Nada em nada compõe vazio múltiplo
De nada dividido por nada
(...)
Há um estalo,
Há um estalo estrondo gigantesco
Sinceridades perdidas,
Sinceridades perdidas lívidas
Sentidas no enxofre do lírio
Quieto e suave
Que R
O A E
L D
E
I
T
A....
(...)
Sem deixar sequer meu nome.
Sempre de passagem estou,
Queria tanto permanecer e apenas descansar...
(...)
Não sei, veio-me um pensar.
Passei entre mortes
Tive sensações quase fora daqui
Tive emoções quase dentro daqui
(...)
“Parece que a cada gesto errôneo, retiram-nos os poucos dons que possuíamos.”
(...)
Minha pele possui
Imagens do mundo
Em cada poro.
Uma vida,
Uma ferida
maculada
Pelas rotativas
E ES DO H M M
X Õ E E
P Ç
L A
O R
M.
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