NAVEGARES

OLHOS QUE ENXERGAM O DENTRO

QUE REMOVEM, DO TEMPO, OLHEIRAS E RUGAS

ENCRESPADAS PELASOMBRAS DIURNAS DE UMA TOSCA CEGUEIRA.

OLHOS QUE OBSERVAM O INVISÍVEL

E NÃO SE QUEIXAM, APENAS SE DEMORAM NO CONTEMPLAR.

EM RECOLHOS QUE VELAM O EPICENTRO

FEITO NUVEM, VENTO, PLUMAS AO MAR.

NAVEGANTEXAUSTA PELOS SINTOMAS EM FURNAS

QUE NÃO COTEJAM LÁGRIMAS AO SAL MARINHO,

QUE NÃO ARDEM NO CORAÇÃO O SEMEAR.

VESTAIS RONDAM MINHAS SENTINELAS

SUSSURRANDO UM CANTO DE ACALANTO,

QUASE ME ENTORPECENDO.

BRANCO, VÍVIDO, QUASE ESPANTO

AO ME ENTREGAR AO INDIVISÍVEL.

ARRASTO POEIRAS LUZENTES PELA NEBULOSA DE ORION

ENQUANTO SECRETOS RITUAIS

CELEBRAM AS FOGOSAS DIÁDESORRATEIRAS.

TUDO UMA DANÇA DE CORES E LUZES

QUE ENTRELEMBRA-ME O LANÇO SECULAR 

ONDE POUSAM OLHOS, ALMA, CORAÇÃO E COMETAS.

M.