quinta-feira, 19 de julho de 2012

AMOR EM BLUE



Quando AMO,
AMO de asas e alma amplamente abertas,
Sem receios.
- “Há que se entregar por INTEIRO em tudo aquilo que nos propomos”.
Mergulho profundo em direção ao desconhecido
Que, vezes, revelam-se insólitos,
Estranhas estações inv(f)ernais.
Mas, nada há temer.
Trago reservas de lux em minhas artérias e em meu olhar aceso
Que observa, sem que eu, ao menos conscientemente, os comande.
É da sua natureza ‘observar’ o que se esconde por detrás, o invisível,
Absorvendo e registrando tudo em meus cardeais arquivos.
Houve vezes em que pousei em áridas paragens,
Vastos desertos sem sequer um pequeno oásis
Para que eu pudesse descansar meu dorso e aliviar minha sede.
Outras, perigosos pântanos
Infestados de predadores famintos
Prontos para me devorarem.
Centenas de armadilhas forjadas para me enclausularem.
Tantas vezes, crendo estar sobrevoando solo amistoso,
Tranquilamente planando por sobre lindas e cativantes ilusórias imagens oferecidas,
Fui atingida, quase que mortalmente, por certeiras flechas
Que perfuraram meu corpo, asas e coração gentis
Fazendo-me cair por terra,
Lesando-me, quebrando-me ossos e rompendo músculos.
Deixando-me em mil retalhos no ouro de minhas ações em ser/vir.
Violentamente rompendo meu frágil cristal interior
Em milhões de cacos inservíveis.
Mas, mesmo assim, quando AMO
AMO por inteira,
Como ínteira SOU em tudo que faço, falo, penso e manifesto.
Não há que temer,
Apesar de tantas cicatrizes e feridas (que vezes ainda sangram) tatuadas em meu corpo/alma,
Apesar de tantas fraturas no corpo e asas,
Apesar de meu cristal de total entrega ter sido quebrantado em milhões de pequenos estilhaços.
Nada há que recear
Porque, parece, dentro de meu espírito aquiliano
Há uma substância de um azul diamante
Que nunca se rompe, se quebra ou sequer sofre mero arranhão.
A FÉ nos torna assim,
Alados servidores empunhando miniaturas de exkalibur e medalhões de branco ouromicheliano.

Águias determinadas,
Capacitadas a transmutarem as sementes de dores, traições e decepções em coloridas floradas,
Reerguendo-se após pequeno isolamento.
Depurada manifestação que nunca cessa.
Diamante cada vez mais aceso
Rodeado de geométricas valsas de perdão e amor ao ser-viço.

M. 

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