Quando AMO,
AMO de asas e alma amplamente abertas,
Sem receios.
- “Há que se entregar por INTEIRO em tudo
aquilo que nos propomos”.
Mergulho profundo em direção ao
desconhecido
Que, vezes, revelam-se insólitos,
Estranhas estações inv(f)ernais.
Mas, nada há temer.
Trago reservas de lux em minhas artérias
e em meu olhar aceso
Que observa, sem que eu, ao menos
conscientemente, os comande.
É da sua natureza ‘observar’ o que se
esconde por detrás, o invisível,
Absorvendo e registrando tudo em meus
cardeais arquivos.
Houve vezes em que pousei em áridas
paragens,
Vastos desertos sem sequer um pequeno
oásis
Para que eu pudesse descansar meu dorso e
aliviar minha sede.
Outras, perigosos pântanos
Infestados de predadores famintos
Prontos para me devorarem.
Centenas de armadilhas forjadas para me
enclausularem.
Tantas vezes, crendo estar sobrevoando
solo amistoso,
Tranquilamente planando por sobre lindas
e cativantes ilusórias imagens oferecidas,
Fui atingida, quase que mortalmente, por
certeiras flechas
Que perfuraram meu corpo, asas e coração
gentis
Fazendo-me cair por terra,
Lesando-me, quebrando-me ossos e rompendo
músculos.
Deixando-me em mil retalhos no ouro de
minhas ações em ser/vir.
Violentamente rompendo meu frágil cristal
interior
Em milhões de cacos inservíveis.
Mas, mesmo assim, quando AMO
AMO por inteira,
Como ínteira SOU em tudo que faço, falo,
penso e manifesto.
Não há que temer,
Apesar de tantas cicatrizes e feridas
(que vezes ainda sangram) tatuadas em meu corpo/alma,
Apesar de tantas fraturas no corpo
e asas,
Apesar de meu cristal de total
entrega ter sido quebrantado em milhões de
pequenos estilhaços.
Nada há que recear
Porque, parece, dentro de meu espírito
aquiliano
Há uma substância de um azul diamante
Que nunca se rompe, se quebra ou sequer
sofre mero arranhão.
A FÉ nos torna assim,
Alados servidores empunhando miniaturas
de exkalibur e medalhões de branco ouromicheliano.
Águias determinadas,
Capacitadas a transmutarem as sementes de
dores, traições e decepções em coloridas floradas,
Reerguendo-se após pequeno isolamento.
Depurada manifestação que nunca cessa.
Diamante cada vez mais aceso
Rodeado de geométricas valsas de perdão e
amor ao ser-viço.
M.
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