sexta-feira, 20 de julho de 2012

"ARQUIVOS ARQUEOLÓGICOS I"




 1.     CALEIDOSCÓPIO


Margeiam a valsa do viver
Vasculhando o pensar
Eu vivo de procurar
As curvas de um caminho
Para tecer e coser nossos sonhos

Um  samba zunindo no ar
Há véus de nuvem estelar
Inundando o mar
Em areias de pantomimas
Onde estás?
O sambabraça a alma
Visto de sorriso a amargura
E pinto o céu de anil.
Uma luz para alçar
O sol por detrás das serras
Breve aceno que te procura
Onde, onde grifas companhia?
Alma em sombra do meu corpo
Sonhos nevoentos da realidade
Cá estou,
Vens?!?
Tome uma carona lunar
A iluminar meu rosto
De teu morenar
(No bar Vivabella)


2.     Poextase


O poeta discorre meio a vidas
Suspenso pêndulo entre ele e a poesia (ela)
Vasto espaço real/inexistente
Brotando sucos de suas narinas
Poeta, ser existível,
                                     existente.
Ocupa espaço nenhum,
Respira na gota do poema
A liberdade palavrar
De sua rítmica retórica.
Vive límpido, lépido.
Marginal das estribeiras
                                            cotidianas.
Atento ao sangue sensível
De suas espumas renitentes.
Poeta, um lugar sempre vazio
Nítido de sedes gerais
Minas de veios abissais
Contido em si
Contém o mundo
E as estrelas lúdicas
De um ser que existe
                                      sem existir
Transitando sem corpo
Pelas naves palavrares
Do universo paralelo.

M. 

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