quarta-feira, 18 de julho de 2012

MAR, VELHO MAR...




Mar.. velho imenso mar...
Agonizando em meio a lixos e tóxicos
Que não mais consegue decantar,
Quiça filtrar.
Mar, velho e volumoso mar...
Cansado, esgueirando-se pelas enseadas
Sem conseguir se expressar...
Incapaz de vomitar
Tudo que lhe obrigaram a engolir,
Ao longo de centenas de anos
Sem se queixar...
Mar, velho calvo mar
Que já não mais consegue se libertar
Das densas energias daqueles que nele se vão banhar
Taquicárdico, espasma sua incomodansiedade
Em regalos de tsunamis e borrascas destemperadas.
Mar, velho enrugado mar...
Senhor de tantos tesouros e mistérios
Depositados em sua memóriancestral
Onde todas as águas viajantes dos continentes
Nele se segredam a desaguar seus históricos...
Mar, velho agonizante mar...
Que sempre honrou a Terra,
No ofertar de suas límpidas ondas aveludando a areia.
Que já não há,
Beijando com suas águas doloridas os seixos contaminados
Pelo vandalismo de civilizações hi-tech.
Mar, Senhor Mar
Companheiro inseparável da Nave Terra
Há de se recordar
Que está em conjunção com a Lua Mãe e o Sol Avô
A lhe tatuarem, levemente, o pulsar de suas marés
Mar... velho Senhor Mar
A se afogar naquilo que nunca lhe foi
Mas nele há
Graças a Humanidade que nunca lhe soube AMAR.

M. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário