Por onde caminham os Senhores Raios
Que de timidez e contenção nada tinham?
Riscavam corajosos e cantantes os céus,
Sem fragmentos.
Inteiros, intensos se expandiam
Desenhando, em júbilo, as veias de Deus.
Não traziam peso algum, nem disfarces
Apenas se espreguiçavam e exalavam suas manifestações
con-centradas
De lux e energialmica.
Hoje parecem cansados,
Carregando pesos, abafados,
Mal conseguem se entregar ao sagrado desenhar
geométrico
De suas artérias relampejantes a se espalhar em puro
céu.
Riscam o firmamento em linhas pontilhadas,
Sem conseguir vencer os obstáculos energéticos
Que lhes impedem o livre derramar de seus elétrons.
Hoje parecem agrilhoados,
Como que emanação cansada,
Intoxicada pela densidade,
Como que ancião que não logra subir
A íngreme escarpa.
Contidos, abatidos, detidos,
Idos...
M. 

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