terça-feira, 11 de setembro de 2012

"ARQUIVOS ARQUEOLÓGICOS VI"




12.     TÓPICOS


 “Deveria haver uma poesia que chovesse  no árido da seca do “ser  tão” em uma lágrima perene de fartura”
(...)
“O sertanejo raspa a terra, há uma poesia em ventos que secos vibram no vazio sem tempo, só temperatura”
(...)
“Pés descalços deixando o limbo nos seixos. Terra  crivada, marca seca, morte úmida de lágrima invisível”
(...)
“Deixei  meu rastro em açude profundo onde o lamento é lama e sentimento”
(...)
“O “ser tão” em desuso, venta o uivo, canta o choro do anu, decote de um tempo sempre tranqüilo” 
(...)
“A dor de matar a vida, a  dor de viver a morte”.
 (...)
“Eu não me mato por simples devoração de mim”.
(...)
“Quero mais que uma epidérmica emoção, quero o eterno álmico”
(...)
“Não me sou, sendo o que realmente sou”.


13 . ESCORIAÇÕES


Rústica estrada,
Meu pensar esparramado pelo mundo.
Abóbada estrela,
Detê-la,
Abster-me.
Nada mais quero.
Minha voz ressoa em minhASAS.
Rígida corrida.
Vencê-la
Sofrer-me
Você é tudo e nada
Preciso e não necessito de seu olhar
Seus beijos dilúvios
Que deixam em mim escoriações.
Tudo pulsa em um sentir oculto.
Vê-la,
Valer-me
Tecendo a natureza
Um morro,
Um sol,
Um pássaro
Uma nuvem
Vendo-lhe
Uma vida
Uma luz
Um infinito
Um mistério
Minhas pegadas sob seus pés.
Luz vendaval.
Retê-la,
Crescer-me.
Habitat de seu interior
Íntimo do meu
O muro separa limites
Sem lindes, risco nosso mundo  índigo.
Sentimento consolidado
Papoulas, lagos, filhos
Liames, vieses e a sorte
Supor,  sonhar, morte estelar.
Quanto mais vivo
Mais amor a entregar
Sem perder-lhe
Acorrente-me
Na prece do violão
Que dedilha minhas  harpas  álmicas
E faz minhas asas arderem na vontade
De apenas voar.

M. 

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